Era madrugada e ainda doía
Mas já não era o medo
Daquele passo largo
Era a tristeza nunca proibida.
Ainda era noite e já doía
Mas não era o estranho que lhe assustava
Nem o insulto da silenciosa frieza
Era a garra da íris que lhe rasgava.
Já era o dia e parece que
A dor não tem inicio
Veio o vento com o seu murro afoito
Veio à buzina a grafitar seu grito
Veio ao estacionamento e no seu olhar, suplício.
Agora já não era dia, nem noite
Nem mesmo a madrugada ali havia
Era apenas um rosto inchado
Que do seu modo, ancorado,
De nada mais sabia...
Nenhum comentário:
Postar um comentário